terça-feira, 27 de abril de 2010

Um documento de 40 anos...importante


Interessante, estava mexendo em minhas "bagunças organizadas", aquelas que a maioria tem em casa, aquelas que apesar de parecer bagunçadas revelam para nós uma forma abstrata de organização, tanto que a gente pode até não saber onde está, mas tem certeza que está ali em algum lugar, assim foi que esbarrei em meu diploma do pré primário que concluí em 1960 no Grupo Escolar Cel José Brás, hoje ; (v n , . ggggh - contribuição da Maria Eduarda(1 ano e 7 meses) um colégio centenário, e este documento importante para mim a época, hoje é importante pela saudade e lembraças que o mesmo me trouxe de volta, lembranças boas e uma ruim, que serve como prova que não é só o elefante que não esquece, criança também não. Faço questão de contar estes fatos para que sirva como tributo a verdade, pelo menos a que vivi naquele educandário, quando tinha 6 anos de idade. Eu, filho primogênito de operários, fui matriculado para iniciar minha vida de descobertas do A B C..., não sei se foi por isto que todos meus coleguinhas tiveram seus lugares bonitinhos, com cadeirinhas para cada um, para mim sobrou um banquinho... que mais tarde foi substituído por uma cadeirinha que meu pai e minha mãe mandaram fazer a título de me proporcionar igualdade de tratamento no início como disse da minha educação, o que hoje 50 anos depois, me serve como exemplo de que todos devem ter direitos iguais, sejam filhos de operários ou de patrões. Bendita cadeirinha, que por ter sido feita com exclusividade para mim, tinha cor diferente das outras, transformando no icone do tratamento desigual que recebi, mas que me deu orgulho dos pais que tive, que não deixaram que me humilhassem devido minha condição proletária. O jovem pode ser pobre, mas isto não quer dizer que não mereça ser tratado com dignidade e igualdade de oportunidade, se isto for feito, a humilhação do tratamento desigual fatalmente o levará a caminhos tortos, até mesmo por revolta, uma vez que o ser humano pode ser pobre com relação a bens materiais, mas quanto a riqueza de tratamentos, de dignidade, de respeito, de igualdade de oportunidade, estas não custam nada ser dedicadas a estes, e o retorno é imensamente maior que o investimento. Depois deste acontecimento triste minha vida naquele educandário seguiu por 5 anos, sem nunca ter tido o desprazer de repetir nenhuma série... e às minhas segundas mães, Dona Lourdinha Velasco, Dona Maria Carmen Rocha, Dona Gely Valente, Dona Lúcia Girardi, são estas as Raizes Fortes da minha vida estudantil, que não foi muito longe, mas que já levou a de outros à distancia maior. Obrigado minhas mestras, que Deus as abençoe nesta e na outra dimensão.

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